quinta-feira, 12 de agosto de 2021

[ Monologue, in densa nebula obumbratio ]


 

O denso nevoeiro dissipa-se entre o deve e o haver
 
há quantas luas
 
isso são detalhes
 
emergidos em tantos ontem
 
inox inoxidável, mas com um coração de manteiga, foda-se
 
momento álgido
 
fraturante e plural
 
relíquias guardadas
 
loucura, bem sei
 
demência nos olhos,talvez
 
veste-se entre tumultos esbugalhados de quê
 
a música não mais é a mesma,
 
como se o espaço fosse a elasticidade do tempo
 
complacente a cada sentir
 
essa indumentária não te sabe bem
 
não, o infortúnio do preto latejando o carmim
 
abre-se a carne no vazio das horas
 
fala-se do nevoeiro que desertou
 
entre os lábios na ânsia de se encontrar entre um poro e outro
 
porque há pele nada é efémero.
 


6 comentários:

  1. Como dizia Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."

    E hoje deixo-te um abraço, Perséfone:)

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    1. Legi,
      o tamanho importa[risos]
      Beijo num bom dia desejado :)

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  2. No Olimpo, seremos deuses e loucos,
    no submundo dos delírios
    onde o prazer escorre
    entre os poros
    e a língua grafita desejos,
    abrindo a carne
    no vazio das horas...

    O meu beijo, Perséfone!

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    1. Serão loucos aqueles que ousam[risos]
      A.S.,beijo num bom dia desejado :)

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  3. Hoje vim dar-te um colinho!
    Sente-te abraçada com braços de mãe.

    Beijos a abraçar-te
    💙

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    1. Não te metas em apuros
      pedinte me confesso
      do teu colo, nunca é em excesso!
      Minha riqueza mai linda, beijo mimalho.
      Toca a teres um dia bonito como tu!

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