"Trago um punhado de palavras guardadas nas mãos em concha. Encontrei-as nos livros, ditas pelos poetas... Li-as nas estrelas... Emprestaram-mas os deuses... Roubei-as à tua boca. São palavras brilhantes, luminosas, palavras de riso claro, sussurradas ao ouvido no instante do abraço, palavras ardentes, soltas no beijo dado com a urgência da saudade. São palavras perfumadas, cheiram a eucalipto orvalhado pela manhã, cheiram a velas queimadas em dia de aniversário, cheiram a terra molhada e a relva acabada de cortar... São palavras musicais, como um espanta-espíritos em dança vadia com o vento ao cair da tarde... Foram escritas na areia da praia, sobrevivendo aos vendavais e aos pés descalços dos caminhantes, à fúria das gaivotas e ao abraço salgado das ondas inconstantes... São fortes e indeléveis. São eternas as minhas palavras.
E quando às vezes me engano na estrada ou me perco nos caminhos, quando sinto os passos cansados ou inseguros, sento-me na berma e olho-as de frente, tatuadas na pele gasta das mãos calejadas...
Leio-as muitas e muitas vezes...
Repito-as baixinho... E passa-me o frio cá dentro." Ana Paula Mateus
Um punhado de palavras
ResponderEliminar"Trago um punhado de palavras
guardadas nas mãos em concha.
Encontrei-as nos livros, ditas pelos poetas...
Li-as nas estrelas... Emprestaram-mas os deuses...
Roubei-as à tua boca.
São palavras brilhantes, luminosas,
palavras de riso claro,
sussurradas ao ouvido no instante do abraço,
palavras ardentes, soltas
no beijo dado com a urgência da saudade.
São palavras perfumadas,
cheiram a eucalipto orvalhado pela manhã,
cheiram a velas queimadas em dia de aniversário,
cheiram a terra molhada
e a relva acabada de cortar...
São palavras musicais, como um espanta-espíritos
em dança vadia com o vento ao cair da tarde...
Foram escritas na areia da praia,
sobrevivendo aos vendavais
e aos pés descalços dos caminhantes,
à fúria das gaivotas e ao abraço salgado
das ondas inconstantes...
São fortes e indeléveis.
São eternas as minhas palavras.
E quando às vezes me engano na estrada
ou me perco nos caminhos,
quando sinto os passos cansados ou inseguros,
sento-me na berma e olho-as de frente,
tatuadas na pele gasta das mãos calejadas...
Leio-as muitas e muitas vezes...
Repito-as baixinho...
E passa-me o frio cá dentro." Ana Paula Mateus
Bom dia, Perséfone:)
Senti[me] aconchegada, Legionário!
EliminarDia bom e feliz ;)
...OU DE TANTO E TUDO... :)))
ResponderEliminarBeijinhos Molhados :)))
💖Saudade...excitação...numa libidinosa "viagem" quiçá, ao monte do Evereste 💋
Sim, também pode bem ser isso ;)
EliminarBeijo daqui até aí ;)
Nada, mesmo...
ResponderEliminarEntão Jorge, ainda as malditas dores[risos]
EliminarTu arrebita[me]!
Beijoca de bom dia ;)