sexta-feira, 16 de novembro de 2018

[ Nisi quantum pugillus capere potest ]

6 comentários:

  1. Um punhado de palavras

    "Trago um punhado de palavras
    guardadas nas mãos em concha.
    Encontrei-as nos livros, ditas pelos poetas...
    Li-as nas estrelas... Emprestaram-mas os deuses...
    Roubei-as à tua boca.
    São palavras brilhantes, luminosas,
    palavras de riso claro,
    sussurradas ao ouvido no instante do abraço,
    palavras ardentes, soltas
    no beijo dado com a urgência da saudade.
    São palavras perfumadas,
    cheiram a eucalipto orvalhado pela manhã,
    cheiram a velas queimadas em dia de aniversário,
    cheiram a terra molhada
    e a relva acabada de cortar...
    São palavras musicais, como um espanta-espíritos
    em dança vadia com o vento ao cair da tarde...
    Foram escritas na areia da praia,
    sobrevivendo aos vendavais
    e aos pés descalços dos caminhantes,
    à fúria das gaivotas e ao abraço salgado
    das ondas inconstantes...
    São fortes e indeléveis.
    São eternas as minhas palavras.

    E quando às vezes me engano na estrada
    ou me perco nos caminhos,
    quando sinto os passos cansados ou inseguros,
    sento-me na berma e olho-as de frente,
    tatuadas na pele gasta das mãos calejadas...

    Leio-as muitas e muitas vezes...

    Repito-as baixinho...
    E passa-me o frio cá dentro." Ana Paula Mateus

    Bom dia, Perséfone:)

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  2. Respostas
    1. Então Jorge, ainda as malditas dores[risos]
      Tu arrebita[me]!

      Beijoca de bom dia ;)

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